Alimente os Peixes!!!!

27 maio 2009

Sobre ontem a noite

Sabem onde fui?
A uma palestra sobre Jornalismo Literário com alguns monstros sagrados da área: Eliana Brum, Daniel Piza, Sergio Villas Boas, Allan Rosa e, atenção, vocês estão preparados? Estão confortáveis em suas poltronas? Descalçaram os sapatos? Vista-os, please! Quem falou-me (e aos demais 300 ouvintes) com aquela voz grave e inconfundível foi ninguém menos que PEDRO BIAL.
Ai, poootz. Você acha ele canastrão?
Você acha ele falastrão?
Dominado pela Vênus Platinada?
Vendido?
Fútil?
Pois bem, sinto decepcioná-los, mas PEDRO BIAL é um príncipe. E não só porque é lindo e alto e chique e sarado não. Ele é um gentleman. Ele é educado, até na hora de dar um esporro. Ele é CULTO. Inquestionavelmente. Todas suas falas são embasadas, ele cita autores e obras e trechos com a mesma naturalidade que ajeita os óculos ou se ajeita na cadeira. Ele é motivador. Ele fala bem da sua profissão. Ele é incentivador dessa carreira profissional. Ele se expõe. Ele respeita a instituição onde ele trabalha. Ele não falou mal do Brasil. Ele não se intimidou com as agressões verbais que ele fatalmente sofreu durante o debate.
O que vocês acham? O tema era Jornalismo Literário. PEDRO BIAL escreveu livros e escreve crônicas até hoje. É funcionário da TV Globo. Apresenta o BBB. Então é natural que tenha sido bombardeado pelos poetas e outros jornalistas presentes. Achei que ele foi servido como um carneiro de expiação (recheado de caviar, no caso dele) aos demais debatedores: sirvam-se da carne bem tratada desse ícone da cultura descartável.
Só que ele é muito mais que isso. Ele tem conteúdo. E, usando as palavras dele mesmo, ousadia deve ter conteúdo, senão é só falácia.
Para ilustrar independência e liberdade, falou-se de Machado de Assis, Lima Barreto, João do Rio.
Falou-se dos norte-americanos, ainda com aquela cara de modelo de mundo.
Falou-se de blogs, mídia digital, midiocridade, demoniocracia, edicício, e outros neologismos.
Dialética e dialógica.
Falou-se sobre como sair da contradição para entrar na coerência.
Profundidade e reflexão. Profundidade e velocidade. Mitos, heróis, autores.
Que é necessário pegada. Ter pegada. E uma pegada que faça a diferença. Que seja diferente.
Citaram literatura obrigatória para aprofundar-se no tema. Eu vou indicar só um:
A Sangue Frio, de Truman Capote.
E disseram:
"O herói redime e compartilha."
"A vida sem poesia é apenas uma sala de espera para a morte."
Obrigada, Zaíra, por pensar em mim e me convidar para uma noite imperdível dessas.
P.S. 1 O SENAC promoveu esse encontro de looosho para lançar seu curso de Jornalismo Literário! Gostou? Se joga!
P.S. 2 Se o Bial estiver falando uma receita de bolo ou a lista do supermercado vai causar o mesmo frisson na audiência. Que voz, meu deus!

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