Alimente os Peixes!!!!

10 novembro 2005

Coisas que Não Voltam

Eu sou uma chata porra-louca. Eu sei. Mas inacreditavelmente não faço tudo que me dá na veneta. Arrependo-me de algumas coisas que não fiz. Perdi o momento. Saco. Outras coisas só fiz depois que a Goya foi, porque a ausência dela me deu a noção exata da efemeridade. E ainda tem as coisas que resolvi experimentar. Hum. E tem coisas que eu não faço nem-a-pau-juvenal.
Mas esse post é pra falar de coisas que não voltam.

Era uma vez uma amiga. Dessas amigas da gente que a gente gosta de graça e elas idem.
Era uma amiga em que eu acreditava. Ela dizia: ele é infeliz. Eu acreditava. Ela dizia: still loves me. Eu acreditava. Ela dizia: é o inferno. Eu acreditava. Ela sofria. Isso eu assistia. Ela tinha todos os argumentos na ponta da língua. Se eu falava: olha, é o amor brotando aí. Ela mostrava a versão que desdizia tudo. Se eu falava: isso é um não, nunca, jamais-em-tempo-algum. Ela jurava que eu era cega: então não via o óbvio ululante? Não estava líquido e certo o retorno?
Não. Nunca esteve. Nunca estará. Ufa! Até que enfim!

Pois bem. Eu sou aquariana feito São Tomé. Só acredito vendo-pegando-cheirando-sentindo.
Cutuquei a onça com a vara curta. Sabe o que eu descobri? O óbvio ululante! Eu sempre estive certa e enxergando tudo bem direitinho. Que alívio! Que inenarrável sensação de poder confiar em meus instintos. Eu sei o que é ver curvas onde tudo é reto, por isso lutei tanto pra dizer pra minha amiga: olha! enxerga aí! saia dessa enquanto você está viva!

Eu tenho o couro duro. Tenho síndrome de rinoceronte. Metralha daí que eu cuspo as balas feito dentes. Adoro brigar: mezzo italiana, mezzo espanhola você esperava o que de uma mistura dessas? Adoro tecer textos imensos, exercitar meu cérebro, ser a senhora das palavras. Mas não tenho saco pra eternidade. Eternidade é sinônimo de paralisação. Portanto, não uso "pra sempre". Evito os "nunca". EU SÓ SOU FELIZ EM MOVIMENTO.

Minha vó dizia que eu sou desaforada. Ela tinha razão. Um amado me disse que outra no meu corpo tinha morrido. Ele é verdadeiro. Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.

Eu já usei uma armadura que não gostei. Já fiz papel de idiota. Já deixei de ter um amigo pra consolar outro. Agora eu cansei.

Não voltam atrás
a pedra lançada
a seta atirada
a palavra dita.

Eu posso. Eu sou livre. Eu volto.

2 comentários:

Anônimo disse...

que bom que a senhora voltou. gosto muito do teu blog das tuas palavras verbos inflamáveis. até

Anônimo disse...

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